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Mostrando postagens de setembro, 2019

Transformar o mundo

"Se você quer mudar o mundo, vá para casa e ame sua família." Que presente precioso a Renata me deixou em forma de um comentário! Essa frase, que não é apenas uma frase, um agrupamento de palavras. É algo muito maior, é de um significado profundo, eu diria mesmo que é uma chave. Uma chave de abrir portas, uma chave que nos abre muitas possibilidades. Talvez as coisas mais simples sejam as mais difíceis de serem realizadas. E aqui estamos diante dessa simplicidade - ir para casa e amar sua família. Talvez por ser tão simples, a gente banaliza e cai no automático, acreditando que basta entrar em casa e pronto. Brilha os olhos uma fantástica viagem para lugares distantes, culturas exóticas, para lá mudarmos o mundo. E nossa casa? Nosso lar? Estar realmente presente ali, inteiro, olhando, ouvindo com atenção, levando um rosto com olhar leve, um sorriso. Quando acontecerem as lágrimas, elas serão acolhidas e aconchegadas. Acho que nos perdemos da família, ind

Setembro amarelo - parte I

Eu resisti muito em trazer este tema para cá. Não é um assunto agradável, muitas vezes eu fico confusa por achar que dar tanta voz ao suicídio, aumenta-se ainda mais a questão. O que me fez trazer esse assunto para cá, foi uma costura que veio acontecendo nas últimas semanas envolvendo esse debate e eu cedi e gostaria de conversar com vocês. Já no início do mês de setembro eu me deparei várias vezes com a "fitinha amarela", e só agora soube que, no Brasil, esse é o quarto ano da campanha e que a cada ano, o setembro amarelo traz uma reflexão:o tema central deste ano são os adolescentes. Algum tempo depois, recebi um e-mail de uma editora, desses enviados para muitas pessoas e que havia ali algo que despertou a minha curiosidade. Uma manchete que assim dizia: "Setembro Amarelo: Facebook e Instagram contribuem na prevenção ao suicídio . Cliquei e li a notícia. Ambas plataformas colocaram botões em que é possível denunciar ( leia-se ajudar ) pessoas que

Setembro amarelo - parte II

Durante a palestra que participei, a psicóloga abordou a diferenciação entre tristeza e depressão, o comportamento do adolescente, que tende a ser mais distante dos pais, mas que não pode ir para um extremo de só viver no quarto dele e perder a comunicação com a família. Porém, foi a partir das perguntas aberta aos pais que o panorama foi ficando mais claro. "Por que essa geração é tão sensível, tão cristal que tudo vira um imenso sofrimento?" Essa mãe fez a pergunta que eu não tive coragem de fazer. E foi um enorme aprendizado, porque eu admito que ainda tenho pensamentos assim " é muita frescura, nunca sofreu, nunca passou por dificuldades". Mas eu me dispus a ir com o coração aberto para acolher e refletir. E tenho muito ainda a refletir... Havia sido falado sobre crianças e adolescentes em situação vulnerável - moradores de comunidades sem segurança, desemprego, falta de escolarização e por aí vai. Mas, e no cenário de uma escola parti

Espalhar sorrisos

No último final de semana, eu e minha filha fomos a um festival literário e musical num parque aqui da cidade e lá encontramos o diretor do ensino fundamental II da escola onde ela estuda. Assim que ele a viu, deu-lhe um abraço demorado e segurando em suas mãos foi dizendo: "Ah! Que saudade que eu tenho do teu sorriso por aqueles corredores. Como fazia bem te ver sorrir por ali enquanto você caminhava. Sua alegria se espalhava ali. Como eu sinto falta desse sorriso! " Confesso que me enterneceu o coração. Um diretor que não falou em notas, em desempenho, indisciplinas, conquistas, dificuldades. Alguém que falou em sorriso. Em como é bom encontrar um sorriso no caminho. a foto é antiga, o sorriso, o mesmo! A gente ouve tanto "que filhos você quer deixar para o mundo?"e de repente saber que tem gente espalhando sorrisos é muito feliz isso! Certo dia, minha filha disse que nós pais não sabemos como eles são exatamente dentro da escola; que nós temo

A frustração dos nossos filhos

Inevitável. A frustração é um sentimento que permeia a vida, impossível de evitar pois nunca se sabe de onde virá. Um voo cancelado? O caixa do supermercado que vai trocar o rolo da máquina justo na tua vez? Um fora do namorado? Uma prova complexa, injusta? A garota que diz que teu cabelo é feio? Precisamos aprender a lidar com isso e esse aprendizado se dá no dia a dia, numa vida inteira. Não é algo que se conclui pois a vida irá nos testar mais e mais, sempre. Paciência para conversar, acolher, ajudar nas reflexões e isso é trabalhoso. Quero contar a nossa experiência aqui em casa com as frustrações. Logo eu percebi que uma frustração desencadeava emoções diferentes em cada um dos meus filhos. Bernardo perante uma frustração mostrava-se irritado, bravo e surgia a raiva. Júlia se retraía e logo surgia o sentimento de inferioridade - eu não consigo mesmo, eu não sou boa nisto. A frustração aciona esse gatilho que além da raiva, do emburrar-se pode acionar esse sentimento para

O sono dos adolescentes

Esse foi o assunto abordado numa palestra que a escola, onde minha filha estuda , ofereceu no mês passado dentro de um projeto chamado Dialogando com os Pais. Eu fui à palestra convencida de que saberia tudo o que seria falado ali, especialmente na questão dos eletrônicos, das telas na hora de ir dormir. Engano meu! Um surpreendente engano! Foi uma palestra riquíssima, cheia de detalhes que sequer eu imaginava! Quero compartilhar alguma coisa com vocês. Se antes era tão mais fácil cair no sono, na adolescência, junto com todas as outras mudanças que ocorrem, inclui-se também mudanças no padrão do sono.  Ao escurecer ( o que é um problema nas cidades pelo excesso de luminosidade ) nosso corpo começa a fabricar o hormônio do sono uma hora antes de realmente sentirmos "está na hora de ir dormir". Para os adultos, a média, é que esse hormônio comece lá pelas nove da noite e vamos nos deitar entre dez, dez e meia. Nos adolescentes, a mudança é que esse horm

A não-maternidade

Às vezes, para sair do meu lugar confortável com minhas leituras, poesia de Manoel de Barros, Rubem Alves, compaixão e empatia, felicidade genuína, compro algo diferente. Foi assim com este livro. De tanto ler recomendações nas newsletters que eu recebi, encomendei o livro e o li em uma semana ( algo bem raro! ). Somente depois de finalizar a leitura, é que fui fuçar no instagram para saber o que estavam falando do livro. O livro foi tido por muitos críticos como o melhor de 2018; a autora, a canadense Sheila Heti, veio à FLIP deste ano e curiosamente na minha rápida espiadela no instagram, vi que o livro faz enorme sucesso entre as garotas jovens, talvez na casa dos 25 anos para mais. Apesar do título, o livro fala sobre a não-maternidade. É o questionamento da narradora sobre ter ou não filhos. Na verdade, ela parte mais do lugar sobre não tê-los, mas se questiona durante seus "últimos anos de período fértil", questionamentos perto dos quarenta anos de i