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Na casa da vizinha


O projeto Na Casa da Vizinha é uma blogagem coletiva que acontece no terceiro domingo de cada mês, e é organizada pelas meninas Tê Nolasco do blog Bolhinhas de Sabão para Maria e Cris Philene do blog Prosa de Mãe.
Nesse mês, trazendo como tema "A cobrança do segundo filho".
Vamos lá?!


Bernardo, meu filho com dois anos, e Júlia, minha filha no ninho com 38 semanas ( foto analógica! )

Bem, eu também não tive a cobrança do segundo filho e pensei em não participar dessa blogagem. Mas é uma interação tão gostosa que eu resolvi abordar o tema de uma outra maneira já que não senti pressão ou cobranças.

Durante essa semana, enquanto via a chamada que as meninas fizeram pelo Instagram, convidando-nos a participar, li muitos comentários e a maioria deles referia-se ao quão desagradável são essas pessoas, a sociedade que insiste nessas falas de questionamentos, imposições ( tem que ter irmãos ).

Fiquei pensando nessas pessoas, nessa sociedade. Quem são?
Somos nós, são nossos filhos que estão crescendo. Aquela pessoa chata, foi um dia uma criança que talvez não tenha sido orientada.

Nós, mães, avós, tias, madrinhas, precisamos ficar atentas às nossas próprias falas, frases e a de nossos pequenos.

Muitas vezes não é por má intenção, com objetivo de ferir, mas acaba acontecendo.

Eu já peguei muito no pé dos meus filhos e acho que a orientação foi assimilada. Claro que sempre há mais a aprender.

Era muito comum, amiguinhos interfonarem aqui e chamarem meus filhos para descerem par brincar. Ao ouvirem um "não, desculpa, não posso, tenho um compromisso" uma enxurrada de indagações começam - mas onde você vai, com quem, o que vai fazer...

Temos curiosidade e isso é bom, mas também precisamos saber dosar essa curiosidade, direcioná-la para momentos específicos, pessoas certas.

E outras tantas vezes achamos que existe uma verdade, e nós somos portadores dela, então surge as falas protocolares "casamento sem filhos é jardim sem flor" "filho único é reizinho".

Vivemos durante séculos sobre o aprisionamento do primeiro filho varão, de proles grandes, de problemas de fertilidade serem apenas da mulher. E atualmente são tantas as possibilidades.

Não há verdades impostas, cada um, cada família sabe o que pode ser melhor, as dificuldades, sejam elas econômicas, de saúde, emocionais.




Se eu pudesse escolher, gostaria que eles continuassem assim juntinhos como foi na infância.
Sei que isso pode não acontecer. Eles estão crescendo, os caminhos vão se delineando, então "dar um irmãozinho"não significa que exista garantias de companheirismo e união pelo fato de serem irmãos.

Vamos ensinar nossas crianças, quando estiverem em terrenos delicados, a fazerem perguntas que não machuquem, não invadam. Isso vem com o tempo, mas é preciso mostrar, conversar, apoiar o amadurecimento nessas questões.

Uma fala compassiva é tão bela, acolhedora, potente e pode ser aprendida, exercitada. Vamos juntos?!










Comentários

  1. Ana, que coisa mais linda! Teu enfoque foi maravilhoso. Como tu, não tive cobranças...
    E tu conseguiste passar uma linda lição de vida aqui! Dá uma saudade enorme ver as crianças assim pequeninhas, dependentes de nós... Mas não é assim! Congelar? Não podemos,rs...
    Adorei! Desejo ótimo e feliz Natal pra vocês todos! beijos, chica

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  2. Oi minha querida! Obrigada por participar mesmo não tendo sido cobrada, mas a Blogagem Coletiva é justamente focada nisso, a experiência de cada mãe. A solidão materna existe em um coração de mãe, já em outro, como foi o seu e da Chica não existe. A cobrança existiu do meu lado e já do seu e da Chica não.. Então fiquei feliz por ter passado sua experiência.. Adoro ler você!
    Quanta foto linda, ou melhor dizendo, quanto momento lindo.
    Eu concordo com você que nem sempre é por maldade perguntar, até mesmo a gente tem algumas perguntas , conversas com as pessoas por simples prazer em conversar ou por ser natural, mas eu já ouvi coisas desagradáveis, como ter um filho só é ruim, ela pode cobrar mais tarde e o que mais me incomodou, ou doeu, foi ter escutado "Maria nunca saberá o que é ter um irmão" Isso foi de uma grande amiga, ela tem duas meninas.
    Mas passei por cima justamente por ser uma pessoa do bem. Teve um momento infeliz.... creio!

    Como você bem disse, vamos ensinar aos nossos filhos a terem cuidado com certas questões.. Não há perfeição no aprendizado nem nos ensinamentos, nem em nós mesmas, muitas vezes cometemos deslizes, mas é preciso aprender, ter cada vez mais empatia e lembrar sempre que cada pessoa tem sua história de vida e suas razões de não ter vivido como a sociedade impõe.

    Mais uma vez muito obrigada. Adorei ler você!

    Beijos doces meu e da Maricota ♥

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  3. Que lindos registros! E que satisfação vir aqui e ver sua postagem, pois é justamente o que queremos saber a opinião e visão tanto de quem sentiu pressionada com as cobranças, tanto aquelas que foi simples acontecer a chegada do segundo filho. Nós cobramos demais, de nós mesmas, dos outros... De olhar e perceber que escolheu o caminho diferente e questionar. Esta certíssima em abordar que todos somos responsáveis, precisamos ensinar e incentivar a empatia. Delícia de blogagem e seu texto complementou. Obrigada por vir conosco! Obrigada pelo carinho, bjs, Cris

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  4. Oi Ana, que bom que você participou...
    Como sempre muita solidez nas palavras, doçura, carinho.
    Concordo plenamente, precisamos as vezes nos policiar nas palavras... E com os filhos estou vivendo exatamente isso, ensinando meu filho a sanar as curiosidades com ponderação, observando a situação e as pessoas.
    É um processo continuo de viver, aprender, ensinar...
    Amei as fotos, obrigada por suas palavras e visão tão coerente e lucida, que concordo e estou vivendo na prática aqui em casa... Faz parte né, vamos vivendo e aprendendo.
    Acredito que as perguntas na maioria são curiosidade, mas podemos sim repensar para não magoar... E no mais, não levar tudo a ferro e fogo, seguir na leveza que a vida merece....
    Beijos
    Ju

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