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Vida corrida e maternidade.

E a proposta para este mês, do projeto Na Casa da Vizinha, é abordar o tema: Vida corrida! E a maternidade, como fica?


A Tê do blog Bolhinhas de Sabão para Maria e a Cris, do Prosa de Mãe organizam as blogagens!



Trouxe do meu álbum, duas fotografias tiradas com uma prima muito querida no chá de bebê de meu filho Bernardo.
Cristiane e eu tínhamos quase o mesmo tempo de gestação. O filho dela, o Guilherme nasceu vinte dias antes do meu.
Numa visita ao meu bebê, a mãe dela anunciou com um tom entre incrédulo e conformado: "Cristiane volta a trabalhar semana que vem. Já está fazendo a adaptação do Guilherme no berçário; disse que não aguenta, que não consegue ficar em casa de jeito nenhum. Dá para acreditar?"

Com dois meses de vida Guilherme foi para o berçário e minha prima voltou a trabalhar. Ela pode contar com os avós para um excelente apoio.

Eu, que não tinha familiares por perto, optei por deixar o trabalho: acordava às 4h da manhã para estar no trabalho às 7h e trabalhava todos os finais de semana, tendo direito a um sábado e um domingo de folga.

Eu fiquei em casa. Cristiane no trabalho.

No primeiro ano de seu filho Guilherme, ela interrompeu a festa com microfone em mãos, pediu que todos olhassem para um telão onde uma foto era exibida: seu filhinho todo lambuzado de uma papinha de frutas.

Minha prima com a voz emocionada fez um agradecimento à pessoa ( não me lembro o nome ) que deu a primeira papinha a seu filho. Entregou-lhe um lindo buquê de rosas.

No segundo ano fez o mesmo para a pessoa que ajudou o filho a sair das fraldas.

Achei aquilo incrível! Lindo!
Minha prima é de uma sensibilidade enorme, como é seu coração. 

E por que estou contando toda essa história?

Só para dizer que, passados 16 anos, você coloca o Bernardo e o Guilherme lado a lado e não há nenhuma diferença. Olhando para os dois, com boa saúde física e mental, bonitões ( ! ) , quem ousaria apontar - esse nasceu de parto normal, esse tomou mamadeira, esse ficou em casa com a mãe, esse...

Na base de tudo está o amor. Cristiane não conseguiria ser uma mãe amorosa se ficasse em casa, triste, sem sentido para sua vida. Eu não conseguiria deixar um bebê às quatro da madrugada e retornar para casa às nove e meia da noite.

Corremos, cada uma a seu modo para se fazer presente, para dar afeto, carinho, broncas e hoje nos orgulhamos de ver nossos meninos-moços fortalecendo a cada dia suas asas para voos mais distantes e mais amplos.

Enquanto escrevo, algumas cenas vividas me retornam à memória e chego a rir: como é que eu conseguia dar banho no filho de três anos na natação com um bebê dormindo nos braços?! ( né Chica do chevette?! ).

Filhos pequenos demandam muito mais, depois como a Cris Philene colocou num comentário, quando crescem as demandas passam a ser mais emocionais.

E há todo um contexto geográfico e cultural que muito influenciam na correria do dia a dia.

Faz pouco tempo que li este livro:


Como da Dinamarca a única coisa que eu sabia era do frio extremo, fiquei curiosa e mergulhei na leitura!

Uma realidade tão diferente, tão distante da nossa que foi difícil até imaginar. Lá as mães não precisam se decidir entre carreira e maternidade. Tudo é estruturado de maneira em que as duas coisas fluem sem o menor conflito.

As pessoas trabalham em média quatro horas por dia. As mães saem com seus bebês deixam-os no jardim de infância por volta das 11h da manhã e às 15h passam para pegá-los, param em alguma praça ou parque para brincar, depois compram os ingredientes para o jantar e vão para casa.

E pensar que eu ( e mais milhões de pessoas ) levava cinco horas só de deslocamento para chegar ao trabalho. E isso é realidade aqui em São Paulo ainda.

Conhecer outras realidades é importante, porém, o mais importante é ancorarmos nosso coração na nossa realidade e fazer o melhor possível dentro dela. Se há correrias, temos que saber pausar, relaxar, mesmo que por alguns momentos apenas.

Não há receita sobre o que seria melhor, conciliar trabalho e família, dedicar-se exclusivamente à família, a única "coisa" incontestável é o amor. Transbordar esse amor nessa conexão linda com nossos filhos faz tudo, qualquer escolha valer a pena!



Comentários

  1. Ana eu agradeço sempre quem inventa essas BCs tão legais que nos proporcionam leituras assim como essas que vi nas gurias e aqui. Adorei! Foste maravilhosa e inexistem diferenças entre os filhos de mães presente ou não SE HÁ AMOR! Com o AMOR tudo flui, ainda que por vezes entre trancos e barrancos,rs...Adorei as fotos, a leitura e imagino o quanto deve ter feito bem voltar a roda do tempo e ver, pensar e bolar tudo isso1 Parabéns! Eu adoto tanto que já estou com a próxima ,de agosto, bem prontinha,rs... beijos, tudo de bom,chica ( Quanto as Chevetão, era verde abacate pra piorar as coisas e dele tantas e tantas lembranças e boas risadas ao lembrar...) beijos, tudo de bom,chica

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  2. Ana minha querida... é sempre suave te ler. Seja o contexto que for. Porque há verdade, história e sabedoria. Adoro "ouvir" histórias.
    E as suas são sempre edificantes e profundas. Cheias de emoção.
    Como a Chica eu também tenho gostado de ver como são os pensamentos diversificados em relação aos temas da BC e no final, tudo que inevitavelmente sobra é o amor por nossos filhos, a dedicação seja na correria, no pouco tempo, na opção da tranquilidade, nos apertos, nas necessidades assim e assado.
    E concordo também com Cris "crescem e as demandas chegam emocionalmente"

    Adorei o livro. E é invejável uma cultura como essa. Tantos olhares o Brasil precisa...

    Ana, muito obrigada por mais uma BC. Amo estar entre vocês vendo a experiência e o pensamento de cada uma!

    Gratidão

    Beijos doces

    Tê e Maria ♥

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  3. Aninha, é sempre um bálsamo suas palavras!!!
    Amo vir aqui, lindo e tocante relato.
    .
    Um dia ouvi falar (não sei se é verdade), que a Angelica, a loira das telinhas da Globo, frequentemente mandava e trocava as babás que cuidava das suas crianças, porque não queria que os filhos criassem mais vínculos com as babás do que com ela... Não sei dizer se essa frase e afirmação é correta, mas se for, ao me ver é "triste".!
    Porque devemos fazer escolhas coerentes com nossa realidade, porém assumir as consequências e dores, e principalmente valorizar aqueles que nos rodeiam e nos ajudam a cumprir nossa missão e desejo! Assim como fez sua prima! Linda atitude da sua prima Cristiane, porque apesar "talvez" de lá no fundo sentir que perdeu algo, sabe valorizar as pessoas que ajudaram seu filho nessa jornada da vida...
    O amor tem que ser o carro chefe, porém os ingrediente que fazem essa composição é a humildade em assumir as escolhas, desejos, caminhos... E dar o crédito a quem merece, quem nos ajuda, quem está ao nosso lado nos caminhos da vida!
    Lindo texto, lindas fotos, simplesmente amei!!!!!
    Beijos doces
    Ju

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  4. OI Ana... que linda postagem!!
    Linda a comparação que fez e mesmo que se alguém quisesse julgar sua prima pelas suas escolhas e prioridades... não teria direito, pois ela fez da melhor forma que podia.
    Acredito que temos muito o que aprender... ter mais empatia, ser mais solidário com os outros que fazem diferente do que fazemos.
    O maravilhoso da blogagem são essas trocas de vivências e experiências que nos inspiram, motivam e transformam.
    Maravilhosa a conclusão que tendo amor... tudo dá certo! E a receita de fato é a que dá certo e que concilie a nossa realidade.
    Obrigada pela menção de minha fala, fico grata pelo carinho e atenção...
    Amei as fotos que complementaram e casaram com seu texto.
    Linda postagem.
    bjs, Cris
    O

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  5. Oi Ana Paula!

    É com amor que preservamos a história para as gerações futuras, conforme você e sua prima fizeram, e com um sorrisão lindo aparecendo no rosto de vocês!

    São muitas as variáveis, por vezes nos erguendo a defender sozinhas um ponto de vista. E assim vamos nos inspirando com força e coragem renovadas a cada experiência, inclusive nestas preciosas blogagens.

    Beijo!

    Renata e Laura

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  6. Olá Ana, interessante seu relato depoimento com estas comparações entre as duas crianças em pequena diferença de idade em modos diferentes de educação/acompanhamento. e saber que não ficou nada a desejar do que ficou sem a atenção incisiva da mamãe,.
    Muto bom Ana e que eles possam cada vez mais crescerem pela vida.
    Abraços amiga e boa semana.

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