Trago, para iniciar essa conversa, essa prosa gostosa aqui em mais uma blogagem coletiva, duas fotos bem atuais!
Bernardo no provador de alguma loja comprando as próprias roupas.
Júlia e Bernardo na quarentena estudando sozinhos com aulas online.
Eu, como dizia o poeta, já sou uma mãe desnecessária para comprar roupas ou ajudar nos estudos! E para tantas outras coisas!
Autonomia e liberdade são um caminhar, acontecem o tempo todo, mas claro, há momentos marcantes. Quando o bebê consegue controlar o movimento das mãozinhas a alcançar um objeto, levá-lo à boca, é uma conquista, uma autonomia.
O primeiro passinho, a primeira vez em que amarra os cadarços, enfim são liberdades.
Todas essas, são conquistas esperadas, refletem um desenvolvimento saudável e estão aconchegadas sob os nossos olhos, os nossos cuidados.
Mas nesta proposta, vamos falar de uma liberdade maior, dessa em que nosso olhar não alcança, tem apenas que confiar.
Existe momento certo para dar autonomia e liberdade aos filhos?
Sim, existe, mas é uma equação complexa que envolve a maturidade, a segurança oferecida pela cidade na qual você mora, o seu bairro, as ruas, as amizades.
Aqui falo da liberdade da criança/adolescente poder fazer algo sozinho, longe dos pais, por si mesmo.
Atravessar uma rua, voltar sozinho da escola, comprar pão na padaria.
Acredito que nós que cuidamos de uma criança, queremos que ela seja feliz e se soltamos ou prendemos, é simplesmente por amor.
Essa autonomia que vai levando nossos filhos para a independência, para a não necessidade de nós, assusta e é, ao mesmo tempo, necessária.
Queremos a felicidade deles, esse "distanciamento", esse não precisar mais da gente é um paradoxo.
Agora, na minha experiência, mais difícil do que lidar com essa autonomia, digamos assim, física, de lugares, locomoção, amigos, é olhar para a autonomia de ideias, pensamentos, atitudes, comportamentos, escolhas.
Muitas vezes está claro para nós que a escolha resultará em sofrimento, e nem sempre conseguimos fazê-los mudar de ideia.
Outras vezes, somos nós que temos que aprender com eles, com uma nova maneira de se posicionar.
Acho que deve ser muito bonito um filho que consegue enxergar que o pai, a mãe não está pronto para a liberdade dele e respeitará isso. Até acredito que existam filhos assim, devem ser raros...
No geral, a impulsividade, a vida pulsante de um adolescente, de um jovem, não os leva a pensar nos sentimentos dos pais. A liberdade é um anseio.
Aqui em casa, essa liberdade mais "visível" começou com o Bernardo indo ou voltando sozinho de alguma atividade que fazia além da escola, atravessar ruas. Júlia, por sua vez mostrava-se mais insegura. Respeitamos o seu tempo.
Hoje ela vai e volta sozinha da escola, já se locomove de transporte público.
Bernardo tem uma liberdade ainda maior - mora sozinho e agora longe de nós.
E agora estamos vivenciando, observando, aprendendo, surpreendendo com a liberdade de pensamentos, escolhas.
É muito interessante ver como o Bernardo pensa o mercado de trabalho, as questões financeiras, os relacionamentos.
Júlia está fazendo suas escolhas relacionadas aos estudos, e a gente ouve, aconselha, apoia.
Como se preparar?
Acho que precisamos olhar com naturalidade esse movimento de expansão de nossos filhos para além de nós, do nosso pequeno núcleo, nossa célula-família. É saudável que se expandam, faz parte da felicidade que buscam incluir outras pessoas, relacionamentos, trabalho, viagens. Queremos que não sofram, mas isso nem sempre é possível.
Porém é possível sempre estar ali, com os braços abertos para acolher ou até mesmo levar uma boa bronca e puxão de orelha!
Blogagem coletiva organizada pelas meninas Tê Nolasco e Cris Philene no lindo projeto Na Casa da Vizinha!
Bernardo no provador de alguma loja comprando as próprias roupas.
Júlia e Bernardo na quarentena estudando sozinhos com aulas online.
Eu, como dizia o poeta, já sou uma mãe desnecessária para comprar roupas ou ajudar nos estudos! E para tantas outras coisas!
Autonomia e liberdade são um caminhar, acontecem o tempo todo, mas claro, há momentos marcantes. Quando o bebê consegue controlar o movimento das mãozinhas a alcançar um objeto, levá-lo à boca, é uma conquista, uma autonomia.
O primeiro passinho, a primeira vez em que amarra os cadarços, enfim são liberdades.
Todas essas, são conquistas esperadas, refletem um desenvolvimento saudável e estão aconchegadas sob os nossos olhos, os nossos cuidados.
Mas nesta proposta, vamos falar de uma liberdade maior, dessa em que nosso olhar não alcança, tem apenas que confiar.
Existe momento certo para dar autonomia e liberdade aos filhos?
Sim, existe, mas é uma equação complexa que envolve a maturidade, a segurança oferecida pela cidade na qual você mora, o seu bairro, as ruas, as amizades.
Aqui falo da liberdade da criança/adolescente poder fazer algo sozinho, longe dos pais, por si mesmo.
Atravessar uma rua, voltar sozinho da escola, comprar pão na padaria.
Acredito que nós que cuidamos de uma criança, queremos que ela seja feliz e se soltamos ou prendemos, é simplesmente por amor.
Essa autonomia que vai levando nossos filhos para a independência, para a não necessidade de nós, assusta e é, ao mesmo tempo, necessária.
Queremos a felicidade deles, esse "distanciamento", esse não precisar mais da gente é um paradoxo.
Agora, na minha experiência, mais difícil do que lidar com essa autonomia, digamos assim, física, de lugares, locomoção, amigos, é olhar para a autonomia de ideias, pensamentos, atitudes, comportamentos, escolhas.
Muitas vezes está claro para nós que a escolha resultará em sofrimento, e nem sempre conseguimos fazê-los mudar de ideia.
Outras vezes, somos nós que temos que aprender com eles, com uma nova maneira de se posicionar.
Acho que deve ser muito bonito um filho que consegue enxergar que o pai, a mãe não está pronto para a liberdade dele e respeitará isso. Até acredito que existam filhos assim, devem ser raros...
No geral, a impulsividade, a vida pulsante de um adolescente, de um jovem, não os leva a pensar nos sentimentos dos pais. A liberdade é um anseio.
Aqui em casa, essa liberdade mais "visível" começou com o Bernardo indo ou voltando sozinho de alguma atividade que fazia além da escola, atravessar ruas. Júlia, por sua vez mostrava-se mais insegura. Respeitamos o seu tempo.
Hoje ela vai e volta sozinha da escola, já se locomove de transporte público.
Bernardo tem uma liberdade ainda maior - mora sozinho e agora longe de nós.
E agora estamos vivenciando, observando, aprendendo, surpreendendo com a liberdade de pensamentos, escolhas.
É muito interessante ver como o Bernardo pensa o mercado de trabalho, as questões financeiras, os relacionamentos.
Júlia está fazendo suas escolhas relacionadas aos estudos, e a gente ouve, aconselha, apoia.
Como se preparar?
Acho que precisamos olhar com naturalidade esse movimento de expansão de nossos filhos para além de nós, do nosso pequeno núcleo, nossa célula-família. É saudável que se expandam, faz parte da felicidade que buscam incluir outras pessoas, relacionamentos, trabalho, viagens. Queremos que não sofram, mas isso nem sempre é possível.
Porém é possível sempre estar ali, com os braços abertos para acolher ou até mesmo levar uma boa bronca e puxão de orelha!
Blogagem coletiva organizada pelas meninas Tê Nolasco e Cris Philene no lindo projeto Na Casa da Vizinha!
Ana ,falaste tudo e muito bem. Lembraste muito apropriadamente da autonomia de ideias e nelas por vezes nos assustamos e espantamos. Ver tomadas de decisões políticas ou apenas sociais, ver que são GENTE, CRESCERSAM, VOARAM e nós ficamos apenas aplaudindo e cada vez mais rezando por ele pra que não rachem a cara,rs... Assim somos nós, foram nossos pais e eles ,vejo aqui, já são com os seus filhos, meus netos... Bom de acompanhar! beijos, lindo dia e tudo de bom! Adorei as fotos bem significativas! chica
ResponderExcluirBom dia, Ana Paula!
ResponderExcluirConfiança, você disse a palavra chave, na minha opinião.
E confiança não é herdada nem instantânea, é construída com o tempo e impressa em nosso interior. Desta maneira, quando vierem as dificuldades, em vez de olharem para os problemas, eles e nós os pais, saberemos em quem podemos confiar e não sentiremos medo. Ou, o medo não vai nos paralisar.
Beijo!!
Renata e Laura
Oi Ana, bom dia amiga! Que amor ver os dois juntos e imagino que embora apertados os tempos, é uma alegria e prazer tê-los em casa!
ResponderExcluirSimplesmente amei suas palavras. Sensatas e cheias de sabedoria. Acho mesmo que a autonomia e liberdade vem a cada passo da maturidade e isso seus meninos estão lhe dando provas verdadeiras.
É maravilhoso vê-los crescer em tamanho, ideias, ideais e vontades. Ao mesmo tempo como vc disse, é assustador e desafiador em muitos pontos.
Ainda são novos, tem muito o que ouvir a opinião dos pais e tenho certeza que os primeiros que eles pensam quando precisam de uma opinião, são vocês!
Ano que vem Maria faz 15 anos. É impressionante como tudo passou rapido. Ao mesmo tempo que dá receio de muitas coisas, me sinto orgulhosa, feliz em vê-la tão moça e cheia de desejos, vontades e amadurecendo cada vez mais. Embora ainda a ache muito dependente em muitas coisas. Bom, mas um dia de cada vez e como você disse, caminhamos juntos nesse amadurecimento.
Muito obrigada pela linda postagem e participação mais uma vez! Amo ter todas vocês participando da nossa linda BC
Beijos carinhosos
Tê e Maria ♥
"Se soltamos ou prendemos é simplesmente por amor" Gratidão por esse pensamento!
ResponderExcluirAh Ana... como amei ler seu texto cheio de recordações das primeiras independências... e também de como agora estão, mais soltos e até morando sozinho.
ResponderExcluirUau... senti um aperto por vc... e vendo o meu menino mais adiante.
Mas, como bem falou.... nossa função de mãe sendo cada dia mais desnecessárias.
Dói falar isso, mas, é justamente pra isso que precisamos focar... ensiná-los a estarem bem, lidar com o cotidiano de modo mais indenpendente.
Creio num misto de sentimentos... orgulho por vê-los dando conta sozinhos, ao passo de um aperto por não sermos mais imprescindíveis!
É... a vida materna nos ensina pra sempre!!
Amei sua participação, obrigada por nos ensinar tanto com suas experiências.
bjs, Cris
Verdade Ana, soltar ou segurar, tudo é uma questão de amor, de observação, que vai além dos olhos...
ResponderExcluirA maturidade acontece conforme as experiências, e todo o contexto ao redor, nos impulsiona ou faz resguardar....
Ana, claro que não conheço nem 1% da sua vida e família, mas pelas poucas passagens iniciadas aqui no blog, sou uma admiradora das suas palavras, caminhos, confiança, visão, gentileza, delicadeza...
O Bernardo a gente percebe pelas suas poucas palavras, que é um garoto diferente. Não diferente como sendo um garoto melhor que outro, na medida de comparação, não é nada disso... Mas a gente percebe que Bernardo é um jovem brilhante, com um olhar e atitudes de força e pureza ao mesmo tempo, enfim, que Deus abençoe, guarde e guie sempre seus caminhos, Bernardo...
Fico aqui á admirar ainda mais essa mãe, com palavras tão doce e olhar profundo, ter essa sabedoria e garra, de compreender e apoiar os caminhos do Bernado....
Sempre que um coração, uma pessoa se destaca, assim como o do Bernardo, fico querendo conhecer de antemão a mãe, o alicerce, a força que sustenta tal fortaleza...
E ao encontrar uma mãe linda e sensível como você, percebo que realmente a força do amor é incrível!
Parabéns por todo o apoio aos filhos, parabéns por essa criação maravilhosa.
Deus abençoe a família...
Beijinhos
Ju
Aqui muita experiencia para falar deste tema complexo e muito dolorido para todos os pais.
ResponderExcluirSaber não se sabe a hora, é um processo continuo, que envolve todo o ser e entre desejos e realizações vem os passos de uma autonomia Ana. Lembro destes meninos no minimo 9 anos atrás e hoje nestes passos para a maturidade, deveria haver um desapego, mas ainda aqui, é sempre um peso, uma pedrinha no sapato,liberar ver asas soltas.
Ótima sua participação com estes depoimentos amiga.
Um bom fim de semana com paz e os cuidados.
Carinhoso abraço.